21.5.13

Questões dos Leitores do Arte em Vidro

Olá a todos,
Hoje estou de volta com mais uma publicação de respostas às questões que os leitores do Arte em Vidro têm deixado nos comentários. Agradeço a todos a participação no blogue.

Leitor Anónimo ~ Acerca das bolhas de ar que por vezes ficam nas Pinturas em Vidro:
Da minha experiência, acontece com mais frequência ficarem bolhinhas de ar na pintura quando os vernizes vitral são de qualidade inferior. Para evitar imperfeições, a forma como se espalha o verniz com o pincel durante a pintura também é importante. Se verificar que o verniz que está a usar forma muitas bolhinhas de ar, primeiro sugiro que mude de marca. 
A técnica que uso para espalhar o verniz sobre o vidro no preenchimento de um desenho que se pretende regular consiste principalmente em movimentos regulares e precisos na horizontal, tendo o cuidado de unir bem o verniz entre cada porção aplicada e ao contorno do desenho usando para esse efeito a ponta do pincel mais fino. Dependendo do tamanho e pormenor do desenho uso pincéis nr. 1, 2 ou 3 para este passo. 


Salete ~ Acerca da aplicação da Pasta de Contorno:
Ao início, quando comecei a fazer Pinturas no Vidro também me deparei com algumas dificuldades na aplicação do contorno. As principais dificuldades que encontrei foram: Ar dentro das bisnagas; Conseguir manter uma espessura constante no traço e a ligação da pasta entre cada detalhe ou cada vez que parava de aplicar. Aqui ficam as minhas dicas para tentar superar estas dificuldades:
As bisnagas trazem ar dentro e por vezes a pasta não sai de forma uniforme. Este problema acontece-me com mais frequência quando uso o contorno em chumbo que vem em bisnagas de metal. Com a pasta de contorno em bisnagas de plástico também pode ocorrer o mesmo, mas tenho verificado que acontece menos. Com as bisnagas de metal o que faço é começar sempre a espreme-las pressionando de forma o mais constante possível do fundo para o bico. Assim que estão um pouco gastas dobro-as, à semelhança do que se pode fazer com uma bisnaga em metal de cola ou de pasta de dentes. Com certas bisnagas de plástico não se consegue dobrar as pontas e por isso procuro as manter o mais possível na vertical durante a aplicação do contorno. As bisnagas de plástico costumam ser transparentes e dá para ver a quantidade de pasta que ainda tem. A cada paragem verifico a pasta e se for necessário espremo a bisnaga antes da próxima aplicação para tentar que a pasta saia de forma consistente e sem quebras.
As bisnagas de metal que uso trazem um bico comprido em plástico que facilita a aplicação do contorno e que pode ser cortado à medida que desejarmos para obter uma determinada espessura. Quando pretendo ter um traço mais fino não corto o bico da bisnaga, mas se quiser obter um traço mais espesso corto-o com uma tesoura de forma a obter a espessura de traço pretendida.
Assim que verificar que a pasta está a sair mal, pare de fazer o contorno sobre o vidro e à parte esprema um pouco a bisnaga (por exemplo, para um guardanapo de papel) até verificar que o ar saiu e que a pasta começou de novo a sair bem. Se tiver feito estrago no contorno sobre o vidro repare-o removendo a pasta danificada com a ajuda de uma faca ou um x-ato. Quando a pasta está fresca é difícil reparar o trabalho mas se a deixar secar, facilmente conseguirá cortar e remover a parte danificada. Una com cuidado o novo traço aquele que já está feito tentando manter a espessura de forma a não se notar muito a nova ligação entre traços. 
A aplicação do contorno é uma técnica que envolve uma mão firme - que não trema muito - e é um trabalho de minúcia e paciência, sobretudo nas pinturas com muitos detalhes pequenos. Aqui a prática é essencial  pois quando se é iniciante e não se domina bem a técnica é normal o contorno não ficar tão perfeito. Persista e pratique pois à medida que vai praticando a perfeição terá tendência a aumentar.
Nem todos os momentos são ideais para pintar no vidro, é necessária concentração e alguma inspiração para criar.  
Outra verdade é que nem todas as pessoas têm jeito/mão para Pinturas no Vidro, é uma Arte...


Pintura em Vidro nas Portas de Armários de Cozinha:
Tal como já referi aqui no blogue na secção "Como Fazer Pinturas em Vidro", a técnica que explico passo -a-passo e sobre a qual me foco mais é o "Falso Vitral" que é uma Técnica Decorativa de Pintura no Vidro a Frio.
Isto significa que a pintura é apenas aplicada sobre o vidro e não é submetida a um processo de cozedura em forno. Os vernizes vitral usados nesta técnica não são os mais indicados para serem submetidos a lavagens ou a exposições prolongadas a temperaturas elevadas e ao Sol. Desta forma, poderá pintar as portas de vidro dos armários de cozinha com o Verniz Vitral que indico aqui no blogue mas não deverá lavar a pintura com água ou usar produtos abrasivos e detergentes sobre a mesma. Tenha também em consideração que a Pintura sobre o Vidro com a técnica a frio tem uma longevidade limitada e é sobretudo decorativa.  Para pintar vidros com uso funcional, como por exemplo copos e pratos para servir alimentos que podem ser lavados é preferível usar técnicas a quente nas quais se usam outros tipos de tintas.

Questões acerca dos materiais para Pinturas no Vidro ~ Sugiro que consultem as secções do blogue que indico em baixo pois lá encontrarão informações e dicas para a compra dos materiais:

~ Como Fazer Pinturas no Vidro e Falso Vitral
~ Tintas Para Pinturas em Vidro


Até Breve xx

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